Guerra Espiritual
"Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes." (Efésios 6:12)
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Após a queda de Adão e Eva, a mais radical reviravolta na história da humanidade se deu com a frase "Arrependei-vos, porque o reino de Deus está próximo". Essa reviravolta abrange a encarnação, o nascimento virginal, o batismo, o ministério, a morte e a ressurreição de Jesus. E sua aplicação mais ampla teve início no dia de Pentecoste.Com a vinda de Jesus, Satanás teve seu poderio limitado. Ele é apenas uma criatura, que por um tempo não existia, e que, num futuro próximo haverá de ser lançado no lago do fogo, desejando muito que nem tivesse sido criado. Com a vinda de jesus ao mundo, anunciou que estava introduzindo o Reino de Deus e declarou abertamente guerra a Satanás, guerra que prossegue até nossos dias. Jesus derrotou a influência das trevas terminantemente através da obra da Cruz. Paulo, em Colossenses 2:15 diz: "despojando principados e potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na Cruz.”
Como podemos nós, que não somos Deus, nos identificar e nos envolver com essa forma de guerra espiritual? A essência da guerra é dupla. Por uma parte, a Igreja deve "revestir-se de toda a armadura de Deus”, ou seja, para que possa resistir com firmeza aos esquemas do diabo. E por outro lado, a Igreja precisa invadir o território do inimigo, principalmente através da oração intercessora.
Três níveis de Guerra Espiritual:
Nível de Solo
Esse é o ministério da expulsão de demônios. Na primeira vez em que Jesus enviou Seus discípulos, deu-lhes “autoridade sobre os espíritos imundos para os expelir” (Mt 10:1). Quando voltaram a Jesus os discípulos, por Ele enviados voltaram com grande alegria: “Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome”. Quando Filipe estava evangelizando “espíritos imundos de muitos possessos saiam gritando em voz alta (At 8:7). São estas representações de guerra espiritual em nível de solo. Esta é a variedade mais comum que achamos no Novo testamento, e também a forma mais comum praticada pelos cristãos de hoje em dia. Grupos e indivíduos envolvidos no ministério de libertação estão engajados por toda parte nessa guerra.
Nível de Ocultismo
Parece claro que estamos diante de um poder demoníaco atuante através de forças ocultas: de xamãs, feiticeiros, bruxas, sacerdotes satanistas, adivinhos, etc. Tudo isso é substancialmente diferente do demonismo ordinário que pode causar coisas como dores de cabeça, rompimentos conjugais, alcoolismo dentre outros. Quando o apóstolo Paulo esteve em Filipos, uma pitonisa fustigou-o durante muitos dias, até que, finalmente, ele expeliu dela o espirito adivinhador. É patente que o incidente mostrou o envolvimento de um demônio diferente dos demônios ordinários, pois o evento provocou tão grande comoção política que os missionários cristãos foram encarcerados (At 16:16-24)
Nível Estratégico
Neste nível enfrenta-se com uma concentração ainda mais perigosa de poder demoníaco: espíritos territoriais. Uma exposição bíblica sobre a guerra espiritual em nível estratégico acha-se em Apocalipse 12, onde somos informados: “Houve peleja no céu. Miguel e os anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos.” Isso é algo muito diferente das questões que envolvem o ocultismo ou a expulsão do demônio. Apocalipse trata de guerra espiritual em nível estratégico, mas lembramos que está não pode ser completamente separada dos outros dois tipos. O nível estratégico consiste em ganhar território para Deus, e acabar com a dominação dos espíritos territoriais.
O Evangelismo como prioridade
A Guerra espiritual é umas das ocupações da Igreja de Cristo, mas a prioridade de Deus e consequentemente da Igreja é o evangelismo, que chama o povo a honrar e glorificar o nome de Jesus. O interesse com relação à guerra espiritual deve ser proporcional ao interesse pelo evangelismo. Precisamos entender que Jesus veio para destruir as obras do diabo, mas que mesmo isso foi apenas um meio para alcançar e salvar àqueles que estão perdidos. No seu ministério Jesus estava preocupado com as pessoas, o diabo era apenas um dos variados obstáculos, a ser enfrentado, vencido e aniquilado.